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Moeda digital: conheça as bitcoins

  • Caio Gonzaga
  • 1 de nov. de 2017
  • 4 min de leitura

Você liga seu computador, abre o navegador e, vasculhando pela internet, encontra boas ofertas para um smartphone. Para efetuar a compra do celular, que custará 1 bitcoin, precisa acontecer uma transação entre duas carteiras digitais, gerenciadas por softwares e identificadas por endereços contendo números e letras, e você deverá fornecer a identificação da sua carteira para poder fazer o pagamento ao vendedor ou loja.

Parece confuso e um tanto futurístico, mas a narrativa acima já acontece hoje em dia. Diversas pessoas e lojas por todo o mundo já admitem bitcoins como forma de pagamento mais acessível, ágil e segura. O número de empresas que a aceitam ainda é tímido, mas vários países, como a Rússia, se movimentam no sentido de “regular” a moeda.

Em 2016, as bitcoins ultrapassaram o ouro em volume de negócios no Brasil. Recentemente, as moeda ultrapassou a cotação de incríveis $ 6.450,00 (convertido no dia 31/10, R$ 21.097,94). Entenda abaixo o que são essas moedas e como elas estão ganhando cada vez mais espaço e prometendo impactar economias.

Entendendo processos financeiros

A grosso modo, bitcoins são moedas digitais ou eletrônicas.

Antes de explicar o que é, nós temos que falar das moedas tradicionais. Até o início do século XX, as principais moedas do mundo utilizavam o padrão ouro, ou seja, uma quantidade de moeda valia uma quantidade específica de ouro, e você poderia trocar o seu dinheiro por ouro nos caixas dos bancos.

O real e dólar, por exemplo, são moedas fiduciárias, pois se baseiam em confiança. Elas têm valor porque existe outra pessoa que também as valoriza, e a maioria confia nas entidades que as emitem, ou seja, o sistema financeiro dos respectivos países.

Assim funciona a bitcoin! Ela tem valor porque muitas pessoas enxergam esse valor e as aceitam como uma moeda de troca assim como qualquer outro produto ou serviço. Entretanto, ao contrário das outras moedas, o sistema de bitcoin não é centralizado. Não existe um emissor, órgão público ou privado que controla a emissão.

Moeda divide opiniões entre países (Foto: Blog FOXBIT)

O sistema do bitcoin funciona com equações que computadores precisam resolver para ganhar recompensas. Por exemplo, mineradores em uma mina que vão atrás de ouro.

Porém, com o tempo pode ficar cada vez mais difícil encontrar bitcoins, como se fosse um recurso natural limitado. Até chegar ao ponto que o valor que você gasta com energia para manter o computador funcionando pode ser maior que o montante ganho em bitcoins.

O número de bitcoins disponíveis tende a estabilizar com o passar do tempo, reduzindo a pressão inflacionária sobre a moeda.

Quem é o dono de uma bitcoin?

É possível entender esta parte através do sistema chamado blockchain (em tradução, cadeia de blocos). A tecnologia funciona como um banco de dados que registra informações em blocos criptográficos, atrelados uns aos outros de forma a impedirem alterações, literalmente como uma rede, ou seja, uma corrente de blocos - o que deu origem ao termo “block” – “chain”. Na blockchain ficam registradas todas as transações de todos os bitcoins que existem no mundo.

Quando uma carteira de bitcoin é feita, o usuário ganha duas chaves criptográficas. Uma delas é utilizada para repassar as pessoas que queiram realizar pagamentos para esta carteira, e outra, individual e secreta, que é usada para conferir o saldo e realizar os pagamentos. Este sistema de chave pública e privada é utilizado em diversos sites na internet. Principalmente aqueles que usam certificado digital.

"Aquele cadeadinho verde que você vê no canto significa que o site usa esse sistema. É o mesmo utilizado no Mercado de Bitcoin."

Bitcoin já se provou extremamente seguro, já que existe desde 2009 e nunca foi corrompido. Já foram feitas diversas fraudes com bitcoin, assim como são feitas as fraudes com outras moedas, mas sua integridade continua.

Além disso, o bitcoin é de código aberto e, desta forma, qualquer pessoa com conhecimento técnico suficiente consegue analisar e ver como ele funciona. Isto não é possível no sistema tradicional dos bancos.

Livre de taxas

Como a criptomoeda não passa por um sistema bancário, está imune a taxas, impostos e procedimentos estatais. As transações internacionais são muito mais rápidas por causa disso, mas em compensação as transações menores - como aquelas compras feitas por cartões de crédito - ainda são mais demoradas que o normal.

Para o estudante de engenharia computacional Lorran Sutter, a ausência de taxas é um grande atrativo deste tipo de plataforma. Assista o vídeo e confira como tem sido a experiência do estudante com as criptomoedas.

Censura e comércio ilegal

A facilidade de permanecer anônimo com bitcoin facilita o comércio de atividades consideradas ilegais, como, por exemplo, o comércio de drogas. Alguns países querem proibir e criminalizar quem utiliza bitcoins. Apesar disso, atualmente já é possível carregar cartão de crédito com bandeiras conhecidas utilizando bitcoin. No momento que você realiza pagamentos, o sistema converte para a moeda que você está realizando o pagamento.

Diversas grandes empresas, como o PayPal, já estão aceitando bitcoin como pagamento. Pequenos negócios locais também começam a aceitar a moeda como pagamento. A bitcoin se tornou a primeira moeda digital de sucesso, e suas inovações, como blockchain, poderão ser replicadas em diversas outras aplicações ainda não pensadas. Segundo o seu criador, a proposta e concepção das moedas traz o uso difundido dessa nova ferramenta, onde há grandes possibilidades para um “mundo mais livre”.

Será que as moedas digitais poderão ser dadas como definitivas num futuro? Por enquanto, este modelo promete revolucionar a tecnologia e também a economia.


 
 
 

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