Catalunha, novo Estado da Europa?
- Caio Gonzaga
- 12 de out. de 2017
- 2 min de leitura
A relação entre a Catalunha e a Espanha nunca mais foi a mesma desde que o separatismo catalão foi reinvidicado, pela primeira vez popularmente, numa manifestação que reuniu milhares de pessoas na costa da Catalunha no dia 11 de setembro de 2013. Chamados Els Segadors (os ceifadores, nome que leva o hino nacion al da Catalunha) ou independentistas. são a maioria no Parlamento regional e se mobilizam para se separar da Espanha há muito tempo.

No dia 1º de outubro, a Catalunha realizou um referendo pela independência. A prática se configura como um instrumento da democracia onde cidadãos eleitores são convocados a votarem sobre algum assunto de interesse geral da nação. Comumente é usado para tomadas de decisões excepcionais.
O referendo marcou presença de apenas 43% dos catalães, dos quais mais de 90% afirmaram que querem a separação do país e a formação de uma nova nação. Desde o começo da campanha iniciada pelo Governo Catalão, a votação foi considerada ilegal pelo governo de Madri, que enviou as forças de segurança para reprimir a votação. Mais de 800 pessoas saíram feridas do confontro entre os separatistas e a força policial madrilenha.
“O que comunico hoje não é uma vontade pessoal, é resultado do 1º de outubro”, disse Puigdemont, de acordo com o jornal El País.
Mesmo sem o reconhecimento legal do governo espanhol, o presidente generalista da Catalunha, Carles Puigdemont, declarou a independência do país durante seu discurso no Parlamento em Barcelona. Entretanto, a fala de Puigdemont gerou mais dúvidas que respostas.
"Assumo o mandato do povo para que a Catalunha seja um Estado independente!" Em seguida, o presidente fez um adendo na sua fala inicial. “Peço ao Parlamento que suspenda a declaração de independência para iniciar um diálogo nas próximas semanas”.
A bipolaridade nas falas de Puigdemont gerou uma confusão generalizada. Afinal, podemos considerar Catalunha como independente ou não?
Por que separar?
Denominado "movimento separatista", a iniciativa tem raízes no nacionalismo catalão, que reivindica a independência da Catalunha e defende a sua livre e direta integração à União Europeia. O separatismo catalão foi reivindicado com o slogan "Catalunha, novo Estado da Europa", numa manifestação que reuniu milhares de pessoas.
O que a Catalunha perde com a separação?
Entre as consequências da divisão, a principal gira em torno da saída da Catalunha da União Europeia.
A UE afirmou ao jornal espanhol El País, que se a saída for concretizada a nova república terá de tentar o reingresso no bloco econômico e seguir todas as exigências necessárias.
Além disso, o governo catalão declarou que não deixará de usar o euro.
Próximos passos
O governo espanhol afirmou nesta quarta-feira, dia 11/10, que vai pedir esclarecimento formal à Catalunha sobre a declaração de Puigdemont ao Parlamento Europeu . A resposta do presidente dará o tom dos próximos desdobramentos da polêmica decisão catalã.
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